Tem um tema constante na minha mente: a aversão à agitação dos nossos tempos. Nos meus rascunhos dessa newsletter já comecei três textos cujos títulos são Distrações, Ruído e Acelerado. Todos eles abordam de diferentes formas um problema que, não satisfeito em ser em si um problema, complica todas as outras aflições do momento em que vivemos, a saber, a falta de tempo.
Não dá, gente. Não podemos continuar aceitando esse ritmo acelerado numa boa. Não nos faz bem, nos isola dentro da própria agenda e nos afasta dos nossos relacionamentos! Se não são as relações o que faz a vida ter sentido, o que mais é? E se são as relações, por que aceitamos trocá-las por qualquer coisa que apareça?
Eu sei, é o emprego, a correria, o curso, a faculdade. Uma vida melhor, um cargo melhor, mais conhecimento. Outra especialização, mais uma imersão, uma nova abordagem. É verdade que somos frutos do nosso tempo e em certa medida estamos presos à lógica dele, mas e aquilo que está dentro do nosso controle? Será que não podemos sentir a rotina sem medo do tédio?
Porque quando temos medo de nos entediar, fugimos para nossos brinquedinhos e distrações diante de qualquer problema que demanda tempo para ser resolvido, como, por exemplo, os problemas naturais aos relacionamentos.
Não é fácil, assim como não o é começar uma alimentação mais saudável e começar a se exercitar. É o tempo investido nessas atividades difíceis que nos leva a valorizá-las. Creio que viver mais plenamente passa mais pela aceitação das atividades tediosas e/ou difíceis do que correr para o que nos distrai.
hoje a indicação é: em vez de buscar o próximo livro, vídeo, série, música, podcast, investindo em você, invista em uma conversa com alguém de quem você gosta.
tirei esta foto numa cafeteria em São Paulo, um bom lugar para uma conversa despretensiosa.
Até semana que vem!
Gosto de investir um tempo em conversas com você <3